Para assinalar o seu 20º aniversário, a Águas de Portugal convidou os principais atores do setor das águas e resíduos para refletir sobre o passado, avaliar o presente e projetar o futuro, numa conferência que se realizou no dia 15 de outubro de 2013 no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa.
Ministros da área do ambiente das últimas duas décadas, os conselhos de administração desde a criação da Águas de Portugal em 1993, as principais entidades públicas com responsabilidades na área do ambiente ao nível da regulação, licenciamento e fiscalização, acionistas e entidades financiadoras, associações setoriais e administrações e quadros diretores das mais de 40 empresas participadas do Grupo, marcaram presença no encontro, que iniciou com uma viagem no tempo.
Afonso Lobato de Faria, Presidente da Águas de Portugal, abriu a conferência recordando as duas décadas de intensa atividade desenvolvida pelo grupo Águas de Portugal nas áreas do abastecimento de água, saneamento de águas residuais e tratamento e valorização de resíduos, que permitiram uma forte evolução do setor ambiental em Portugal. Ao longo dos 20 anos de atividade que agora assinala, o Grupo realizou investimentos superiores a 7,5 mil milhões de euros, com impactos positivos nas áreas da saúde, do ambiente, do desenvolvimento económico e da qualidade de vida.
Conferencista principal, Anthony Cox, responsável pela Divisão do Clima, Biodiversidade e Água da OCDE, procurou contextualizar a reorganização do setor da água em Portugal com as reformas em curso à escala mundial que visam conferir uma maior sustentabilidade à utilização do recurso água, cuja procura se estima aumentar 55% até 2050. Na opinião do especialista da OCDE, a par de uma maior eficiência dos processos, do estabelecimento de parcerias estratégicas, de uma melhoria das políticas públicas e da regulação do setor, a sustentabilidade financeira é a chave desta reforma, no sentido de assegurar que os sistemas atuais possam evoluir para uma recuperação cada vez mais sustentável dos custos, que promova simultaneamente uma menor dependência das entidades financiadoras e da subsidiação e uma maior compreensão da parte dos utilizadores da necessidade de uma utilização racional e responsável do recurso água.
O encontro contou ainda com uma mesa-redonda sobre o valor do ciclo da água e dos resíduos para a sociedade, em que participaram Teresa Patrício Gouveia (Ministra do Ambiente entre 1993 e 1995), Francisco George (Diretor-geral da Saúde), Francisco Ferreira (presidente da Quercus entre 1996 e 2001) e Rui Ferreira dos Santos (economista especializado na área ambiental). A mesa-redonda foi moderado por Ricardo Costa (diretor do jornal Expresso).
O Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, encerrou a conferência, focando a sua intervenção na reorganização do setor da água e dos resíduos em curso.